Como a localização impacta na abertura de um negócio.
Ivan Shieh Basotti
É difícil imaginarmos a abertura de um negócio sem que a “escolha de um lugar” esteja envolvida, independente de seu porte. Uma varejista em determinado momento precisa encontrar um bom ponto para abrir sua nova loja. Uma empresa de delivery de comida precisa encontrar um local que a permita cobrir a maior área de atendimento possível dentro de um tempo de deslocamento determinado. Mesmo quem não atende clientes fisicamente, como um e-commerce, talvez precise alocar seu estoque de maneira estratégica para as entregas, talvez precise definir onde irá distribuir suas campanhas de comunicação. Uma empresa de telecomunicações precisa determinar o local de suas torres de transmissão para garantir que seus clientes tenham boa cobertura. E até um posto de saúde precisa ser alocado de maneira que facilite o acesso ao maior número de habitantes possível.
Sempre que a escolha de um lugar é feita, ela ocorre com diversos níveis de sofisticação. Existe a pessoa com menos experiência, que está buscando abrir um negócio próprio pela primeira vez. Podemos pegar a abertura de uma loja como exemplo. Frequentemente, a escolha do local ocorre pela aparência do imóvel, se há ou não a necessidade de reforma, uma escolha puramente pelo valor de aluguel, ou pelo “ah, ouvi dizer que essa rua é ótima”. O risco envolvido por uma tomada de decisão feita sob essas condições é enorme.
Há também o empresário que já possui experiência no segmento. Consegue definir o local da nova loja com mais assertividade pelo feeling obtido de forma empírica. Erros e acertos que o permitiram criar um acervo mental com mais informações sobre o que ajuda a loja a dar certo. Entretanto, nem sempre uma convicção criada sem uma metodologia adequada é correta. Pode ser que ele acredite que estar próximo de uma praça é o fator mais importante para seu sucesso, afinal, de 6 lojas que possui, apenas uma deu errado, justamente a que estava longe de uma praça. Mas veja que pode ter sido apenas coincidência, ou a proximidade com a praça realmente ajude, mas não é nem de longe o principal impulsionador de suas lojas. Ainda assim, tende a escolher locais melhores do que o primeiro caso citado, pois conta com uma vasta experiência.
Além desses dois casos, temos o empresário que busca uma metodologia sólida para encontrar seus próximos pontos para as lojas. Ele agrega sua experiência obtida na busca, mas utiliza dados e modelos preditivos para validar suas suposições. A Location Intelligence (LI) é um dos principais métodos para auxiliar nessas validações, além de encontrar novos padrões e variáveis benéficas para o negócio que o empresário não tinha ideia.
Além de um simples mapa que mostra onde estão as lojas de maior faturamento, a LI integra dados geoespaciais com dados de diversas outras fontes para criar soluções e aprimoramentos em diversos desafios, sempre girando a análise primeiramente em torno do fator localização. No caso da escolha de um ponto para a loja, dados sociodemográficos, de trânsito, de consumo da população, de valor do m², de pontos de interesse, de concorrência, e até mesmo de topografia, podem ser utilizados para gerar modelos que indicam quais variáveis impactam positivamente ou negativamente uma loja. Descobertos os papéis de cada uma delas, a LI te permite varrer cidades em busca de regiões que possuam a maior quantidade das variáveis benéficas. O posicionamento de lojas fica embasado em dados e análises poderosas, além de possibilitar a busca de múltiplos pontos simultaneamente.
A escolha de um lugar fica muito mais assertiva e o entendimento do negócio cresce junto. A busca pelo local adequado para abrir uma loja, um Centro de Distribuição, ou mesmo definir onde direcionar as campanhas de comunicação são facilitadas. Em concomitância com a descoberta de variáveis benéficas para o negócio e do que ocorre no entorno das lojas, a LI vai permitindo delinear em mais detalhes quem são os consumidores dentro da área de influência do negócio, qual é a área de influência de cada unidade, quem compra nas lojas, como é o acesso à loja, e assim por diante.
